Atividades realizadas:
A
equipe da EMATER/Pipiripau recebeu a missão de executar as atividades (metas)
previstas para o Lote 11 da Chamada Pública INCRA/SR-28/DFE Nº 2/2014. O Lote
11 é representado pelas famílias do assentamento Oziel Alves III. O assentamento
situa-se na região administrativa de Planaltina-DF, distante cerca de 65 km do Plano Piloto, às
margens da BR 020. Possui área total de 2303, 27 ha, com 523,33 ha de Reserva
Legal e Área de Preservação Permanente, e são 168 lotes individuais de 7,5 ha. A população é de aproximadamente 450 pessoas.
No ano de 2014, foram realizadas um grande número de visitas técnicas individuais, com o objetivo de realizar um diagnóstico da unidade de produção familiar (UPF) e auxiliar o planejamento produtivo de cada família.
No ano de 2014, foram realizadas um grande número de visitas técnicas individuais, com o objetivo de realizar um diagnóstico da unidade de produção familiar (UPF) e auxiliar o planejamento produtivo de cada família.
Foram realizadas 2 oficinas,
uma para planejamento das ações de ATER e outra de monitoramento das ações.
Ambas com participação massiva do assentamento, com mais de 100 assentados por
oficina. No decorrer do ano, alcançamos a marca de 10 reuniões técnicas cumpridas.
Os temas abordados foram diversos, a citar: Correção da acidez do solo,
alternativas ao uso do fogo na agricultura, saúde da mulher, técnicas para o plantio
de milho e feijão, outorga do uso da água, programa de aquisição de alimento,
práticas agroecológicas e manejo sanitário de aves. Ao todo, foram realizados 6
cursos. Capacitamos os produtores assentados em criação de galinha caipira e
peixe, no cultivo de hortaliças, no manejo racional de agrotóxico, no uso
conservativo da água em sistemas de irrigação e ainda em assuntos relacionados
ao cooperativismo e associativismo.
Concluímos 2 dias de campo: Montagem de
kits de irrigação por gotejamento e produção do maracujá BRS Pérola do cerrado.
Ambos com mais de 50 participantes. Foram executadas excursões onde levamos 92
produtores à feira Internacional dos Cerrados – Agrobrasília 2014 e 46
(quarenta e seis) assentados aos 3 dias do Seminário de Agroecologia do DF e
entorno.
Acreditamos que o crédito rural é uma forma de trazer desenvolvimento à região agrícola e, apostando nessa máxima, viabilizamos 20 projetos de crédito na linha PROSPERA, totalizando R$ 138.138,02 contratados em projetos de custeio e investimento. Na linha de crédito rural FDR, contratados R$ 153.000,00 ao total, representados pelo financiamento de um caminhão baú de R$ 132.000,00 e um microtrator de R$ 21.000,00. Espera-se ainda a liberação de R$ 348.800,00 referentes aos 109 projetos Fomento Mulher elaborados por esta unidade.
O assentamento recebeu 25 kits de irrigação e foi contemplado com a escavação de mais de 40 reservatórios de água. Reservatórios que foram pensados inicialmente para uso na irrigação e que recentemente fomentam a atividade de piscicultura, uma vez que é possível criar de 500 a 1000 peixes por reservatório.
Os
assentados preencheram 50 requerimentos de outorga de direito de uso da água e
buscam a conformidade ambiental de suas atividades através de mais de 40
requerimentos de declaração de conformidade da atividade agropecuária (DCAA)
junto a Secretaria de agricultura.
Resultados alcançados:
Apresentar
a execução da chamada pública no assentamento Oziel Alves III através de
números é uma forma de mensurar a conclusão das metas/atividades previstas.
Porém torna-se mais significativo para esta unidade os aspectos imensuráveis,
em especial o notório desenvolvimento do assentamento, evidenciados em bons
exemplos de produtores rurais.
A
produtora Edilúcia Rodrigues, investiu o fomento oriundo do Programa Brasil Sem
Miséria no plantio de maracujá, batata-doce, pimenta e mandioca. Ela relata que
conseguiu triplicar o dinheiro investido, o que viabilizou a construção de sua
casa de alvenaria, já que morava em um barraco de lona. A produtora foi
inclusive tema de reportagens para o Canal NBR e o programa a Voz do Brasil.
O
jovem Assis do Rosário abriu mão do trabalho na cidade e veio trabalhar na
propriedade da sua mãe, Lindaura Maria, em busca de independência financeira e
qualidade de vida. O jovem foi um dos contemplados do PROSPERA, financiando
inicialmente 0,5 ha de chuchu. Hoje, além do chuchu, tem-se plantados 0,5 ha de
abóbora Itália, 2 ha de mandioca, 0,1 ha de pimenta de cheiro e 0,1 ha de
pimentão. O jovem Assis tornou-se cooperado na Cootaquara e também comercializa
sua produção em feiras de Planaltina. Os planos são de aumentar área de produção.
O produtor Gilberto Ribeiro tem sua propriedade de 7,5 ha completamente
cultivada. Já plantou abóbora, cenoura, feijão-verde, maxixe, tomate, pimentão,
repolho e jiló. A sua grande aposta para esse ano é o plantio do maracujá. Este
já ocupa 3 ha da sua chácara, com 7500 pés. O caminhão baú, financiado pelo
FDR, é utilizado para levar sua produção agrícola às feiras de Planaltina,
Formosa e ao CEASA, onde conseguimos uma pedra para o mesmo.
Um
projeto especial é desenvolvido no Oziel Alves III pela produtora Francisca
Inês. Através de uma indicação do escritório local, a produtora recebeu um
projeto de práticas agroecológicas em sua propriedade financiado por uma ONG. A
chácara hoje se configura como uma unidade demonstrativa e possui uma área de agrofloresta,
espaços de adubação verde, plantios em consórcio, composteira, pastos
rotacionados e plantio do novo cultivar de maracujá Pérola do Cerrado.
São
estes apenas alguns exemplos de sucesso no assentamento. Outros tantos poderiam
ser descritos como exemplos de desenvolvimento sustentável, inclusão produtiva,
aumento de renda, segurança alimentar, empreendedorismo e bem-estar social.
Capacidade de replicação em outras
unidades:
Uma
chamada pública definida em metas torna-se um desafio, pois necessita de muito
planejamento, metodologias certas e maleabilidade na execução.
É
preciso entender primeiramente o real interesse do Assentamento. E em uma
conversa franca com os assentados podemos identificar suas aptidões agrícolas e
pecuárias, áreas produtivas de interesse, assuntos de bem-estar social e
outros. Após esse levantamento, cabe a unidade planejar suas ações, estruturar
um cronograma, buscar parcerias e promover o diálogo entre órgão públicos.
Esse
trabalho de identificação de interesses e organização na execução de atividades
deve ser adotado por todas as unidades como modelo para o desenvolvimento de
assentamentos. Certamente tornará o serviço de ATER mais fácil e de melhor
qualidade.
Envolvimento
da equipe:
A
equipe que trabalha diretamente na chamada pública é reduzida, composta por
Vera Oni (técnica em economia doméstica), Maximiliano Tadeu (zootecnista),
Felipe Camargo (engenheiro agrônomo) e Maria das Dores (assistente
administrativo). Contudo, toda a unidade EMATER/Pipiripau se envolveu na
realização das metas, assim contamos com a ajuda primordial do gerente do
escritório, Geraldo Magela (técnico em agropecuária), e do colega Arnaldo
Augusto (engenheiro agrônomo).
A
equipe Pipiripau se comprometeu ao máximo para o sucesso das atividades
previstas na chamada. Cada atividade era minuciosamente planejada atendendo às
necessidades do assentamento e de forma a desenvolver um trabalho
multidisciplinar. Na execução, primava-se pelo serviço de qualidade, mesmo com
empecilhos diversos. A avaliação do esforço no cumprimento das metas é
satisfatória, mas podemos aprimorar detalhes.