Cerca de 370 pessoas participaram do evento, realizado nessa quarta-feira (26), no núcleo rural Pipiripau.
Para manter os agricultores atualizados e divulgar o cultivo de maracujá a outras regiões do DF, a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater) promoveu nessa quinta-feira (26) o 5º Encontro Regional dos Produtores de Maracujá. Neste ano, 370 pessoas de diversas regiões do DF puderam conhecer as principais vantagens da produção da fruta.
O cultivo apresenta inúmeros benefícios econômicos e sociais, como elevação do nível de emprego - pela necessidade da polinização manual -, a fixação das famílias no campo, a melhor qualidade de vida, melhor distribuição da renda, geração de produtos de alto valor comercial, além de excelentes expectativas de mercado.
Foi por isso que a produtora rural Célia Maria Rodrigues, há cinco anos, resolveu trocar a produção de hortaliças pela de maracujá. Com a assistência técnica da Emater-DF, plantou 350 pés e colheu 3.800 quilos da fruta. Animada, plantou mais 350 e quer aumentar ainda mais. “Eu mesma cuido de tudo: amarro, retiro os brotos, colho, polinizo. Não preciso trabalhar abaixada como era antes e traz uma boa rentabilidade. Meu marido também se animou e começou a plantar”, conta Célia.
“O maracujá muda a vida das pessoas e aqui é um exemplo para o País do resultado gerado com o apoio da extensão e crédito rural. Estamos num momento importante em que o GDF tem valorizado e apoiado a área rural, e em que mostramos a possibilidade de preservar, produzir e receber o reconhecimento da sociedade”, disse o secretário de Agricultura e Desenvolvimento Rural, Lúcio Valadão.
O sucesso da região também se deve à união entre a pesquisa e a extensão rural, o que foi ressaltado pelo presidente da Emater-DF, Marcelo Piccin. “Aqui é um exemplo de como o trabalho conjunto da Emater, Embrapa e produtores traz resultados. A avaliação e seleção participativa de cultivares de maracujá foram essenciais para a região”, falou.
A elevada produtividade da região dá-se à aplicação de tecnologias como o cultivo adensado, protegido e com irrigação por gotejamento. O uso de híbridos da Embrapa como o BRS Gigante Amarelo, BRS Sol do Cerrado e BRS Ouro Vermelho têm apresentado bons resultados aos produtores.
Mercado – A cada ano, o Encontro aborda diferentes temas levando em consideração as principais demandas e necessidades dos produtores. Nesta edição, os participantes puderam conhecer mais sobre pesquisa de mercado e avaliação econômica do maracujá no DF, apresentado pela extensionista da Emater-DF, Loiselene Carvalho. Ela destacou a estabilidade do preço do produto e do mercado, bem como a importância da gestão da propriedade.
O aumento da produtividade foi apontado pelo gerente da Emater no Pipiripau, Magela Gontijo, como essencial para ganhar dinheiro com o cultivo do maracujá. Em sua apresentação, ele discutiu e apresentou os principais tópicos para o plantio com o objetivo de melhorar a produção e aumentar os ganhos.
A pesquisadora da Embrapa Cerrados, Ana Maria Costa, mostrou aos participantes os diversos subprodutos do maracujá e as tendências de consumo no Brasil. Dessa forma, os produtores puderam ter melhor visão sobre os nichos de mercado e formas de se aproveitar integralmente o maracujá, deste o fruto, folhas, casca e ramas.
Outro destaque foi a entrega do prêmio de Boas Práticas Agropecuárias (BPA), que contou com a participação dez produtores. As Boas Práticas são fundamentadas na manutenção de três práticas principais: segurança alimentar, preservação do meio ambiente e responsabilidade social. No concurso foram avaliados 63, divididos em 16 grupos, como organização e limpeza da propriedade, colheita e classificação, uso de agrotóxicos, higiene, máquinas e equipamentos. Três produtores da região foram premiados. A primeira colocada foi a agricultora do Pipiripau, Maria Zanin. Segundo ela, o primeiro passo para adotar as boas práticas é criar o hábito de organização. “Não deixar lixo jogado, manter a propriedade limpa, fazendo um pouco a cada dia, ajuda a criar o hábito de limpeza e organização. As boas práticas ajudam na praticidade do dia a dia. Manter tudo no seu lugar economiza tempo e dinheiro”, falou.
Oficinas – Após o almoço e degustação de produtos feitos com maracujá, os produtores foram a campo conhecer as tecnologias aplicadas na região e visualizar a forma correta de polinização. Outro grupo pode aprender o passo-a-passo para fabricação de sabonete de maracujá.
Carolina Mazzaro / Ascom-Emater-DF
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