Mulher comanda produção modelo de maracujá

 

 

Mulher rural moderna está envolvida e atuante no sistema agropecuário

Elas souberam conquistar espaço e ajudam a transformar o mundo ao seu redor. Este é o perfil da mulher rural moderna e daquelas que estão envolvidas e atuantes no sistema agrícola. A agricultora Lucília NeresEvangelista é um exemplo de que a participação feminina nas propriedades é fator decisivo para o sucesso da produção.

Há mais de 20 anos, Lucília procurava uma atividade para desenvolver na fazenda de seu patrão, na região de Planaltina-DF. E foi um vizinho que lhe deu a ideia de produzir maracujá. Ela e o marido começaram com 426 pés. Tiveram algumas dificuldades do início, mas com o apoio da Emater-DF e da Embrapa, o negócio cresceu. “Com o tempo, conseguimos juntar dinheiro para comprar nossa própria terra. Hoje tenho 16 mil pés plantados em oito hectares. A terra é pra gente aproveitar e trabalhar. Tudo o que tenho veio do maracujá”, conta.

Hoje, sua propriedade é modelo para muitos que querem iniciar o cultivo do maracujá. Lucília se sente orgulhosa e feliz em contribuir. “Abre espaço para outras pessoas, que às vezes estão desmotivadas, verem que é possível se desenvolver e administrar a propriedade”.

Quanto a conciliar o trabalho com a família e filhos, Lucília não encontra dificuldade. “Aqui, todo mundo ajuda e cada um tem sua função e terra para cultivar. Na minha opinião, vida de mulher não é só em casa. Hoje há muito mais espaço para fazer e lutar pelo que quer”, aponta.

Para as mulheres rurais, Lucília aconselha que sejam mais seguras de si. A motivação e persistência são algumas características que cita como essenciais para as agricultoras tocarem a propriedade com sucesso.

Carolina Mazzaro

Dia de campo mostra potencial do maracujá pérola do cerrado.

Grande produtividade, maior longevidade, menos necessidade de polinização manual, resistência a doenças e pragas e ideal para o cultivo em sistema orgânico: essas são apenas algumas das qualidades do maracujá silvestre BRS Pérola do Cerrado, desenvolvido pela Embrapa Cerrados e lançado em 2013.

Nesta quinta-feira (27), o produto foi apresentados em um Dia de Campo, organizado pela Embrapa Cerrados em parceria com a Emater-DF. No evento, produtores, técnicos e estudantes puderam conhecer as potencialidades das espécies silvestres de maracujazeiro (azedo, doce, ornamental e funcional-medicinal), o sucesso da produção comercial da fruta e a importância do desenvolvimento das cadeias produtivas com as ações de extensão rural e organização dos fruticultores.

Características — BRS Pérola do Cerrado é a primeira cultivar de maracujazeiro silvestre registrada e protegida no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). O grande potencial para produção desse fruto visa a atender principalmente o mercado de frutas exóticas destinadas a indústrias de sucos, sorvetes, doces e para consumo in natura.

Por ser mais resistente a doenças e pragas do que o maracujá comercial, o Pérola do Cerrado também pode ser cultivado em sistema orgânico. Na região de Sobradinho, os participantes do Dia de Campo conheceram, na propriedade da agricultora Leda Gama, o resultado da produção orgânica do maracujá silvestre.

Em apenas 800 m² foram plantados 53 pés do Pérola do Cerrado. "Em 68 dias, colhi 914 quilos, o que já cobriu o custo da implantação", disse Leda, que está disposta a ajudar os produtores que querem iniciar a produção. "Juntos, poderemos atender à grande demanda do mercado. Estou disposta a repassar o meu conhecimento", disse aos participantes.

Produtor do assentamento Contagem, Itamar Gomes Vítor está entusiasmado para começar o plantio. "Quero cultivar esse maracujá em um sistema agroflorestal. Como ele é silvestre e resistente, acredito que dará muito certo", contou.

Com a apresentação do potencial desse pequeno maracujá, a Emater-DF e a Embrapa esperam fazer com que produtores da região abram espaço para essa cultivar. O extensionista rural da Emater-DF, Geraldo Magela Gontijo, acompanhou durante cinco anos o processo de validação desse maracujá silvestre junto a produtores do DF e acredita que o Pérola é uma alternativa interessante para a agricultura familiar. "Já existe muita demanda por esse maracujá, inclusive de exportação para a Europa, mas é preciso que os produtores se organizem e diversifiquem sua produção, incluindo o Pérola do Cerrado", disse.

Para o extensionista João Ricardo Ramos a participação de técnicos é importante para se manterem atualizados e atenderem às demandas do produtor com qualidade. "É importante ver o que a pesquisa está lançando, conversar com o pesquisador, aprender como funciona o trato cultural para poder repassar informações com mais segurança ao produtor", disse.

Quem tiver interesse em cultivar o maracujá BRS Pérola do Cerrado deve procurar orientação na unidade da Emater-DF mais próxima da sua propriedade.

Carolina Mazzaro

Assessoria de Comunicação Social da Emater-DF