Há quinze anos, o produtor rural Wanderley Zimmermann deciciu
investir no cultivo de uvas. No início, poucos acreditavam que a
atividade pudesse dar certo em pleno clima seco do Cerrado. Mas, com
apoio da Emater-DF, da Embrapa, estratégias de investimento e muito
trabalho, ele consolidou sua produção, que hoje é exemplo para os
agricultores que pretendem iniciar o plantio. Na manhã desta
quarta-feira (12), Wanderley abriu sua propriedade para o Encontro
Regional dos Produtores de Uva, promovido pela Emater-DF.
O evento reuniu pouco mais de 80 pessoas, entre produtores, técnicos e
estudantes. Durante o encontro, a engenheira agrônoma e fitopatologista
da Emater-DF Loiselene Rocha falou sobre manejo de pragas e doenças que
podem atingir a videira e o gerente de Comercialização da empresa
discorreu sobre a situação do mercado no DF e as possibilidades de êxito
em feiras, pontos de venda e compras institucionais.
Para o coordenador do programa de Fruticultura da Emater-DF, Felipe
Camargo, a atividade foi importante para que houvesse troca de
experiências e informações. “Uma cadeia produtiva organizada se
fortalece para abrir mercado e ganhar mais clientes”, observou o
agrônomo. Já o presidente da empresa, Roberto Carneiro, parabenizou a
equipe pela realização do encontro. “A qualidade das informações foi
muito alta e bastante proveitosa e deve marcar a consolidação dessa
atividade produtiva no Distrito Federal”, acredita.
Êxito — Com algumas correções de solo e investimento
em tecnificação, é possível obter êxito no plantio de uvas no Distrito
Federal. “Quanto menos água o fruto formado receber, mais ele vai
concentrar o açúcar natural. Assim, é possível obter uvas mais doces do
que as colhidas em outras regiões do país, já que temos uma estação seca
bem definida”, informa o engenheiro agrônomo Rafael Lima, da Emater-DF
no Pipiripau.
O produtor Wanderley Zimmermann atesta — e acrescenta outra vantagem.
“Quando eu fornecia uvas para grandes mercados em Brasília, podia
chegar com o produto em menos de quarenta minutos nas principais lojas.
Assim, o tempo de prateleira da fruta é maior, comparando com o que vem
de outros estados”, conta Wanderley, que cultiva uvas Niágara (de mesa).
Atualmente, o produtor está com um ponto de venda direta, o que lhe
garante uma renda maior. “Além disso, resolvi agregar valor ao meu
produto, produzindo sucos e geleias”, observa. Wanderley conta que a
parceria com a Emater-DF é bastante satisfatória. “O Magela (Geraldo
Magela, técnico da empresa que atende à sua propriedade) é como se fosse
meu médico de confiança”, compara o produtor.
O Distrito Federal possui cerca de 40 produtores de uva, que alcançam
uma média de 25 toneladas por hectare. Ao todo, são 70 hectares
plantados, principalmente com a variedade Niágara Rosada, mas os
empreendedores estão investindo em variedades mais finas como Cabernet
Sauvignon, Sirah e Pinot Noir, com vistas à produção de vinhos.
Wanderley Zimmermann planta
uvas há quinze anos em Planaltina
Variedade Niágara (de mesa) é a
mais produzida no Distrito Federal
Rinaldo Costa
Assessoria de Comunicação – Emater-DF
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